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PIB dos EUA: desaceleração a tempo de impactar as urnas?

Os Estados Unidos divulgam, nesta sexta-feira, seu Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre deste ano, e o resultado pode dar uma nova direção para os planos políticos do presidente Donald Trump.

O último resultado registrou um crescimento de 4,2%, numa forte aceleração em relação à expansão de 2,3% em 2017 que tem turbinado o discurso ufanista de Donald Trump. Para o terceiro trimestre, analistas consultados pela agência Bloomberg preveem uma expansão de 3,4%.

Se confirmado o resultado, o discurso protecionista e os estímulos fiscais de Trump podem se sustentar por mais tempo — a LPL Research prevê bons ventos pelo menos em 2019. Este cenário pode trazer uma vitória já no curto prazo, já que os republicanos tentam manter a maioria no Congresso em eleições marcadas para o dia 6 de novembro.

Mas se os números mostrarem algum sinal de recuo, o populismo de Trump pode ganhar um novo e preocupante inimigo: a economia. Ao que tudo indica, esta é uma previsão de longo prazo. No início do mês, o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que as medidas protecionistas dos Estados Unidos – como a guerra comercial travada com a China – poderiam afetar a economia mundial. Mas só no futuro. O crescimento global para 2019 será de 3,9%, mas a presidente da Instituição, Cristine Lagarde, afirmou que as próximas previsões serão “menos brilhantes”.

“Por enquanto, os EUA estão crescendo fortemente, apoiados por uma expansão tributária procíclica e por condições financeiras cômodas – o que pode se transformar em risco um ciclo comercial em processo de amadurecimento”, afirmou Lagarde em junho deste ano, mesmo momento em que citou como exemplos outras economias avançadas, como a zona do euro e, em menor medida, o Japão, que já sinalizavam sinais de desaceleração.

Para 2019, o FMI prevê que o PIB americano crescerá 2,5%, e não mais 2,7% como previa anteriormente. É um resultado ainda invejável, mas que pode influenciar os planos de Trump para a reeleição, que ocorre em 2020. Analistas e Instituições estão alertando que uma desaceleração não é questão de “se”, mas sim de “quando” ocorrer.

EXAME – ECONOMIA – 26/10/2018

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