Gestão de ativos contribui para o PIB
A expansão da base de ativos da economia brasileira e o consequente avanço da indústria de gestão de investimentos contribuem para o aumento do Produto Interno Bruto, para a geração de empregos e a arrecadação de impostos.
É o que mostrou estudo que a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) apresentou ontem no 10º Congresso de Fundos de Investimento.
O levantamento também é base para uma agenda de medidas que a entidade lidera entre este e o próximo ano, com o objetivo de responder a uma série de desafios que a atual conjuntura impõe à indústria.
O estudo aponta que, mantidas as atuais perspectivas para o cenário econômico e aprovada a reforma da previdência, a base de ativos da economia brasileira terá um aumento médio anual de 6,1% até 2023.
Esse avanço poderá contribuir para um ganho adicional acumulado de 1,36% ao resultado do PIB (acréscimo anual de 0,27%) no mesmo período. O incremento equivale a uma contribuição de 10% no crescimento esperado para o indicador nos próximos cinco anos, que é de 13,2%, de acordo com os cálculos do Comitê de Acompanhamento Macroeconômico da Anbima.
O efeito multiplicador desse avanço alcança a geração de empregos: 402 mil vagas adicionais seriam criadas até 2023, o que equivale a média de 80 mil novos postos de trabalho por ano.
Na arrecadação de impostos, o incremento chegaria a 1,53% (alta média anual de 0,3%) em cinco anos. “O crescimento da base de ativos e o desenvolvimento da indústria de investimentos beneficiam todo o ecossistema da economia brasileira. Ganham os investidores, com uma gama de opções que melhor se adequem às suas necessidades de prazo, risco e retorno; ganham as empresas, com mais uma fonte de recursos; e ganham os gestores, com diversidade para a composição das carteiras.
E, mais importante, ganha toda a sociedade, com os impactos positivos desse avanço sobre o país”, afirma o presidente da associação de mercados, Carlos Ambrósio.
Segundo o estudo, o aumento da base virá acompanhado de uma mudança na composição das carteiras dos investidores, fruto do crescimento do estoque de ações e debêntures (títulos de dívida corporativa).
Ao mesmo tempo, o material aponta que a emissão de títulos públicos pode de cair, dada a menor necessidade de financiamento da dívida pública.
Tendência global
Em paralelo aos impactos sobre os indicadores econômicos, o estudo da Anbima analisou os principais mercados internacionais para identificar as grandes tendências mundiais para a indústria de gestão de recursos.
Entre elas: o movimento global de migração das aplicações para ativos de maior valor agregado; a busca dos clientes por um relacionamento mais independente e digital; o suitability como diferencial competitivo; e a adoção de novas tecnologias.
A tendência de mobilização dos gestores para entregar as melhores rentabilidades a partir de ativos de maior valor agregado é um movimento que tende a se expandir com as perspectivas de juros baixos em curto e médio prazos no mundo.