Para analistas, retomada da economia só vira em 2020
A economia brasileira chega à metade do ano sem dar sinais de fôlego para crescer. Economistas consultados pelo GLOBO avaliam que o avanço de 2019 “já está dado” e não chegará nem a 1%. Para o Banco Central, é nítida a interrupção do processo de recuperação, e essa perda de ímpeto pode ter jogado o país em uma situação de estagnação no segundo trimestre, que se encerra em poucos dias.
De acordo com a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, divulgada na terça-feira, o leve recuo da atividade econômica no primeiro trimestre reflete essa perda de dinamismo, o que deve jogar para frente a retomada do processo de recuperação.
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Para que 2020 não seja mais um ano de crescimento forte perdido, economistas consultados pelo GLOBO avaliam que, além de aprovar a reforma da Previdência, o governo precisa avançar em outras frentes, como melhorar o ambiente de negócios do país, iniciar a reforma tributária e dar ritmo às concessões.
- É claro que é angustiante ver a economia crescendo pouco. Mas há um esforço de plantar sementes para que 2020 seja melhor. Este ano o foco é a reforma da Previdência. Se vier algo da tributária, ótimo. Nossa previsão é de um crescimento de 2% para o ano que vem, mas isso está em aberto. Pode haver uma surpresa positiva - diz Silvio Campos Neto, economista da consultoria Tendências.
Uma queda de juros ajuda, mas não é a questão primordial neste momento, diz o economista. Segundo ele, a taxa básica de juros (Selic) não é o que impede o crescimento.