top of page

Arrecadação tem pior abril desde 2006

A arrecadação de impostos, contribuições e demais receitas federais registrou queda real (descontada a inflação) de 28,95% em abril, ante o mesmo mês do ano passado, e somou R$ 101,154 bilhões, informou ontem a Secretaria da Receita Federal.

Em abril de 2019, a arrecadação havia somado R$ 142,365 bilhões. De acordo com dados da Receita Federal, o resultado de abril deste ano também foi o pior para o mês desde 2006, quando somou R$ 94,505 bilhões - ou seja, em 14 anos. Os valores foram corrigidos pela inflação.

O resultado da arrecadação, em abril, já reflete os efeitos da crise do coronavírus na economia. Com o nível de atividade em queda, recua também o recolhimento de tributos. Além disso, o governo federal fez alterações no prazo de recolhimento de impostos e ainda reduziu alguns tributos. As mudanças visam a justamente combater os efeitos da pandemia na economia brasileira.

No início do mês, o governo zerou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o que representou uma renúncia de R$ 1,567 bilhão, de acordo com a Receita Federal. O governo também desonerou a cobrança de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para bens relacionados ao combate à covid-19, o que representou uma perda de arrecadação de R$ 104 milhões.

No total, as desonerações concedidas pelo governo resultaram em renúncia fiscal de R$ 34,995 bilhões entre janeiro e abril deste ano, valor maior do que em igual período do ano passado, quando ficou em R$ 32,159 bilhões. Apenas no mês de abril, as desonerações totalizaram R$ 9,963 bilhões, também acima do mesmo período de 2019 (R$ 8,079 bilhões).

"O resultado tanto do mês quanto do período acumulado (quatro primeiros meses do ano) foi bastante influenciado pelos diversos diferimentos decorrentes da pandemia de coronavírus. Os diferimentos somaram, aproximadamente, R$ 35 bilhões", informou a Receita.

No acumulado dos quatro primeiros meses deste ano, ainda de acordo com a Receita Federal, a arrecadação somou R$ 502,293 bilhões, com queda real de 7,45% ante o mesmo período do ano passado. Segundo o órgão, esse foi o pior resultado, para o período, desde 2017, quando somou R$ 495,024 bilhões. Os valores foram corrigidos pela inflação.

O comportamento da arrecadação, normalmente, é um indicador importante porque mostra se o governo está no caminho do cumprimento da meta fiscal anual. Antes da pandemia, este ano, o governo tinha de atingir uma meta de déficit primário de até R$ 124,1 bilhões.

Data: sexta, 22 de maio de 2020 - 04:02 Mídia: O Estado de S. Paulo Editoria: Economia Palavra-chave: Cenário Econômico - Economia

montadora
bottom of page