top of page

Industriais veem futuro melhor do que presente

Não fossem as expectativas, que entraram no campo positivo neste mês, a confiança da indústria ainda estaria em nível muito baixo, como evidencia o Indice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). No futuro estão as esperanças de declínio da crise do novo coronavírus e da chegada de vacina capaz de preservar milhões de vidas - fatos que deverão ser determinantes para a retomada da demanda.

Mas, até que esses fatos ocorram, o mais provável é que a recuperação da indústria seja moderada, pois nem há um dinâmico mercado exportador de bens manufaturados para países que já saem da crise sanitária nem há a certeza da intensidade da retomada de emprego e renda neste semestre.

Este é o terceiro mês consecutivo de recuperação do Icei, que saiu do ponto mais baixo de 34,5 pontos em abril para 47,6 pontos em julho, ainda abaixo da marca de 50 pontos que separam os campos positivo e negativo e da média histórica de 53,4 pontos. Nem a metade da queda do Icei registrada no bimestre março/abril foi compensada pela recuperação verificada no trimestre maio-julho. Entre junho e julho, a alta do índice foi de apenas 6,4 pontos.

O indicador das condições atuais, que chegou ao mínimo de 27,7 pontos em junho, atingiu somente 34,5 pontos em julho, nível que deve ser considerado muito baixo. O que mais causa desconfiança é a condição presente da economia brasileira, tida como pior do que a percebida pela média das indústrias.

Já as expectativas para os próximos seis meses mostram evolução positiva tanto no que diz respeito à economia do País (com índice de 48,5 pontos em julho) como, em especial, no que tange à melhora das companhias (57 pontos ou só 10% abaixo dos 63,4 pontos observados em julho de 2019, quando a economia brasileira já estava se recuperando).

Indicadores de confiança, como os apurados pela CNI, são um termômetro valioso, que ajudam a avaliar as decisões dos empresários industriais, em particular no que diz respeito a investimentos. Estes ainda estão num nível bastante deprimido, como se constata pelo recuo das importações de bens de capital, que, no primeiro semestre, caíram quase 35% em relação a igual período de 2019, excluídas as compras fictícias de plataformas de petróleo.

montadora
bottom of page