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Produção cresce, mas montadoras mantêm cautela

A recuperação da atividade da indústria automobilística foi forte nos últimos meses. Mas o crescimento ocorre a partir de um resultado muito ruim, que foi o de abril, quando praticamente todo o segmento suspendeu sua produção por causa da pandemia de covid-19. Por isso, apesar do aumento de 73% da produção em julho na comparação com junho, a entidade representativa das montadoras, a Anfavea, ainda vê o cenário nebuloso e evita fazer, como habitualmente fazia antes da pandemia, projeções para o desempenho ao longo de 2020. "Estamos em fase de neblina, tentando enxergar o impacto da crise", disse o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, ao comentar os resultados de julho. "Vamos esperar mais um pouco para ter maior clareza da tendên- cia do mercado neste ano."

Mesmo tendo crescido de maneira expressiva na comparação com o mês anterior, a produção de julho, de 170,3 mil unidades (somados carros de passeio, veículos comerciais e ônibus), ainda é 36,2% menor do que a de um ano antes. A comparação do resultado acumulado nos sete primeiros meses do ano é ainda pior. De janeiro a julho, a produção acumulada foi de 899,6 mil veículos, 48,3% menos do que a de um ano antes.

Praticamente todas as fábricas já retomaram a produção, mas, em mé- dia, elas trabalham com apenas um turno (a eventual utilização do segundo turno é apenas para evitar maior concentração de trabalhadores no local). Isso reduz o ritmo de produção na comparação com os números do ano passado ou de antes do início da crise sanitária.

Além disso, nos últimos meses, as montadoras vêm reduzindo estoques. Só a partir de agosto, segundo a Anfavea, a produção poderá se tornar mais compatível com a demanda.

No mês passado, as vendas de veículos novos foram 28,4% menores do que as de julho de 2019. Os emplacamentos somaram 174,5 mil, 31,4% mais do que em junho. É um número menor do que o de antes da crise, mas "o melhor resultado desde o início da pandemia", ressaltou Moraes.

As exportações têm apresentado evolução parecida com as vendas internas. Nos sete primeiros meses do ano, elas foram 38,6% menores do que as de igual período de 2019. Além das dificuldades que afetam a economia mundial, a Argentina, principal cliente do Brasil, enfrenta sérios problemas internos.

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