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BC admite risco fiscal

presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconheceu, ontem, que a piora nas contas públicas é um dos principais fatores de risco para a recuperação da economia daqui para frente. E também um dos motivos de desconfiança dos investidores, pois o Brasil é o país que tem uma das maiores taxas de dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) entre os emergentes.


Durante evento realizado pela Federação Brasileiro de Bancos (Febraban), Campos Neto admitiu que a percepção de risco de investidores estrangeiros que saíram do país aumentou devido à questão fiscal, especialmente, diante dos ruídos políticos durante a pandemia e do questionamento sobre a manutenção do teto de gastos - emenda constitucional que limita o aumento das despesas à inflação. "O Brasil, claramente, sofreu uma deterioração devido às incertezas de que o teto não vai ser respeitado", admitiu. "A saída de estrangeiros ficou mais concentrada na Bolsa, mas é preciso fazer com que esse movimento de entrada volte", defendeu.


De acordo com o ministro, o aumento dos juros de títulos públicos de longo prazo mostra que o mercado vem cobrando cada vez mais prêmios de risco diante da piora do quadro fiscal. "O que preocupa o mercado é o volume de rolagem muito concentrado e o fato de o Tesouro ter de encurtar a dívida", afirmou.


Ele reconheceu que a diminuição das incertezas depende de medidas para o controle efetivo do aumento dos gastos públicos. O aumento no desequilíbrio fiscal colocou o Brasil no grupo dos países em que o câmbio foi mais desvalorizado, ao lado de Turquia, África do Sul, México, Índia e Colômbia. "Esse grupo não teve uma recuperação muito boa e um dos fatores de diferenciação com os demais é exatamente o endividamento", disse Campos Neto, lembrando que a dívida pública bruta do Brasil deve ficar entre 90% e 95% do PIB neste ano. (RH)


Veículo: CORREIO BRAZILIENSE - DF

Editoria: ECONOMIA

Tipo notícia: Matéria

Data: 18/11/2020

Editoria: ECONOMIA

Tipo notícia: Matéria

Data: 18/11/2020

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