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Brasil despenca no ranking de renda per capita e deve cair mais

O Brasil recuou no ranking global dos países com maior PIB per capita em 2020 e deve continuar a perder posições nos próximos anos, segundo projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional).


A queda do Brasil no ranking ocorre pelo menos desde 1980, quando o Brasil estava entre os 50 países com maior PIB per capita. Após uma década de crises econômicas, o país caiu para a 60a posição em 1990. Dez anos depois, perdeu mais sete posições (67a).


Na primeira década dos anos 2000, apesar do forte crescimento econômico, o país teve desempenho inferior à média mundial e perdeu mais 11 posições (78o). As informações foram antecipadas pelo jornal Valor Econômico.


Em 2014, o Brasil registrou o valor mais alto de PIB per capita, pelo conceito que considera a paridade do poder de compra das moedas locais, de US$ 15.800. Estava na 76a posição global.


Após a recessão de 2014-2016, seguida de três anos de baixo crescimento e uma nova recessão em 2020, o Brasil ficou com a 85a posição entre os cerca de 195 países para os quais há dados, com um PIB per capita de US$ 14.916.


O valor é inferior ao de países da América Latina como Chile (US$ 23.366), Argentina (US$ 20.750) e México (US$ 19.130), mas está à frente da Colômbia (US$ 14.323). Está atrás da Rússia (US$27.903), mas supera a índia (US$ 6.461).


As projeções do FMI são que o Brasil supere o patamar de 2014 em valores correntes somente em 2022, mantendo praticamente a mesma posição no ranking. Em 2026, último ano para o qual o Fundo fez estimativas, o país deve estar na posição 90.


Em termos de comparação, a China registrou crescimento do PIB per capita de 500% desde 2000, enquanto o Brasil teve expansão de 64%. O país asiático ultrapassou o Brasil em 2018. Até 2026, o crescimento esperado é de 26% para o indicador brasileiro e 57% para o chinês.


A paridade do poder de compra nivela as diferenças no s custos de vida dos países para permitir comparações internacionais.


Pelo poder de paridade, o Brasil era em 2020 a oitava maior economia do planeta (com PIB de US$ 3,15 trilhões), mesma posição ocupada no ranking de 2019. Estão à frente China, EUA, índia, Japão, Alemanha, Rússia e indonésia. Pelas projeções do FMI, a posição brasileira deve continuar a mesma até pelo menos 2026.


As disparidades geradas pela pandemia e a expectativa de que a recuperação global seja desigual, por causa do acesso a vacinas e capacidade de adoção de estímulos, estão entre os fatores que deixam o Brasil ainda em maior desvantagem.


No ano passado, o PIB brasileiro recuou 4,1%, queda maior que a média mundial de 3,3%. Em 2021, deve crescer 3,7%, segundo projeção do FMI muito próxima dos números estimados pelo governo brasileiro -resultado também pior que o crescimento médio mundial de 6% e dos países latino-americanos (4,6%).


Reportagem da Folha mostrou que, em média, cada brasileiro teve renda de R$ 35.172 em todo o ano passado. O valor significa perda próxima de R$ 1.770 em relação a 2019, já considerada a inflação, e de R$ 2.040 ante 2010.


O país empobreceu 5,5% na década encerrada em 2020.

Veículo: FOLHA DE S. PAULO - SP Editoria: MERCADO Tipo notícia: Matéria Data: 13/04/2021 Autor: Eduardo Cucolo são paulo

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