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Concessionárias são surpreendidas com decisão da Ford de fechar fábricas

Concessionárias da Ford no Paraná foram surpreendidas com o anúncio do fechamento das três fábricas da marca no Brasil, feito na segunda-feira (11), e ontem (12) o dia foi de longas reuniões em pelo menos cinco das 20 concessionárias da multinacional norte-americana existentes no Estado. A reportagem entrou em contato com as revendas da marca em Ponta Grossa, Curitiba, Cascavel, Londrina e Maringá e as respostas tiveram o mesmo tom, que pode ser resumido em "a equipe está sem reunião e não tem previsão para terminar".


Das 20 concessionárias, seis são em Curitiba e duas são em Ponta Grossa: a Trevisa Caminhões e a Ford Fancar. Na concessionária de veículos leves e médios, a decisão da direção foi de não se pronunciar enquanto não conversar com os fornecedores. A Trevisa simplesmente disse que não havia o que dizer, mesmo porque a concessionária de veículos pesados passou por essa situação e pelos impactos dela advindos em fevereiro de 2019, quando a Ford fechou a fábrica de caminhões em São Bernardo do Campo (SP). Lá eram produzidos os modelos Fiesta, Cargo, F-4000 e F-350.


No comunicado da Ford na segunda-feira, a montadora norte-americana informou o fechamento das fábricas em Camaçari (BA), onde monta a EcoSport e o Ford Ka; em Taubaté (SP), onde produz motores; e em Horizonte (CE), onde ficam as plataformas dos jipes Troller. A decisão de encerrar as atividades das três últimas fábricas Ford impactou na demissão de 5 mil funcionários diretos no Brasil e também na Argentina.


Em Ponta Grossa, a Ford Fancar, inaugurada em 2007, acrescentou que ainda não havia recebido nenhum comunicado formal da Ford, mas que deveria obter mais informações após uma reunião da montadora com as distribuidoras. A gerência garantiu que seguirá com suas vendas normalmente. O comunicado oficial da Ford reforça, inclusive, que as vendas dos modelos Ka e EcoSport vão continuar até acabar os estoques e que a assistência técnica será oferecida normalmente.


Grupo vai manter sede administrativa em SP

O grupo emprega no total 6,1 mil funcionários. Segundo a Ford, serão mantidos por aqui a sede administrativa da montadora na América do Sul, em São Paulo, o centro de desenvolvimento de produto, na Bahia, e o campo de provas de Tatuí (SP). Segundo sindicatos, contando os indiretos e os fornecedores, o impacto econômico do fim das atividades produtivas será bem maior do que as 5 mil demissões anunciadas pela Ford.


A Ford foi a primeira montadora a se instalar no País, em 1919, mas vinha enfrentando fortes quedas nas vendas no Brasil, realidade que foi acentuada pela pandemia da covid-19. A empresa vinha perdendo espaço para concorrentes. No acumulado de 2020, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), a fatia da montadora era de 7,14%, atrás de General Motors, Fiat, Volkswagen e Hyundai, considerando automóveis e comerciais leves. Há poucos anos a empresa tinha 12% de participação nas vendas.


Em 2020, foram emplacados no País cerca de 2 milhões de carros, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A Ford foi responsável por 119,4 mil, considerando apenas os automóveis, queda de 39,7% em relação a 2019. O Ford Ka foi o sexto modelo mais vendido no Brasil no ano passado, aponta a Fenabrave. Em 2019, havia ocupado a segunda posição.


O fechamento das fábricas foi justificado pelos prejuízos acumulados no País desde 2013. A decisão deverá levar a um encolhimento da marca no País. As vendas do EcoSport e do Ka, por exemplo, serão encerradas assim que terminarem os estoques. A montadora diz que seguirá importando utilitários esportivos, picapes e veículos comerciais, e manterá assistência ao consumidor em vendas, serviços, peças e garantia


Veículo: DIÁRIO DOS CAMPOS - PR Editoria: CIDADES Tipo notícia: Matéria Data: 13/01/2021 Autor: ? LUANA SOUZA

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