Produção em Anápolis dará suporte à expansão do portfólio da Hyundai
Fonte: AutoData
Itu, SP – Nas próximas semanas a fábrica da Caoa em Anápolis, GO, voltará a produzir o Hyundai Tucson de terceira geração, já descontinuada no resto do mundo. Será apenas mais um lote, atendendo à demanda de consumidores brasileiros, porque a geração atual global está na mira da operação local, mas mais à frente. Com a fábrica de Piracicaba, SP, com a capacidade tomada pela produção de HB20 e Creta será da unidade de Goiás que virá a expansão do portfólio da Hyundai no mercado nacional.
Ela é necessária, analisou o presidente Airton Cousseau, que conversou com a reportagem da Agência AutoData durante o lançamento da nova geração do Creta no Interior de São Paulo: “O consumidor Hyundai dono de um Creta migraria para qual veículo? Para a concorrência. Precisamos ampliar as opções, seja com produção local ou importação”.
O acordo com a Caoa, assinado no primeiro semestre, permitiu que o planejamento de produto fosse feito pela própria Hyundai, que ainda “ganhou” a capacidade de Anápolis, que tem ociosidade. O HR foi o primeiro, o Tucson o segundo e mais modelos serão nacionalizados, garantiu o presidente: “Teremos novidades a partir de 2025”.
Da gama importada já estão confirmados nas concessionárias o SUV Palisade, que pode transportar até oito pessoas, e o elétrico Ioniq 5. Para preencher o portfólio poderão vir, ainda, o SUV Santa Fe, a picape Santa Cruz e o híbrido Kona – mas Cousseau não confirmou nenhum nome.
O que está na rota de objetivos do presidente da Hyundai é o incremento do índice de nacionalização dos modelos. Hoje a média é de 60%, e a meta é alcançar 80%, segundo Cousseau: “Alguns itens são mais difíceis de nacionalizar, como o powertrain e alguns componentes eletrônicos. Mas, de resto, nossa meta é buscar fornecedores locais e minimizar possíveis interferências de outros mercados”.
Outro desafio será ampliar a localização dos modelos de Anápolis: segundo o presidente são poucos os itens comprados de fornecedores locais, como vidros e pneus: “Mas existe esta oportunidade e já estamos discutindo com parceiros nossos de Piracicaba a possibilidade de levar a produção também para lá”.
Hidrogênio
Assunto que deixa Airton Cousseau entusiasmado é a questão do hidrogênio. O presidente da Hyundai afirmou não se tratar de algo que está no futuro distante: “Está mais próximo do que imaginamos. No mês que vem inauguraremos o primeiro reformador de hidrogênio a partir do etanol”.
O equipamento, desenvolvido por parceria que envolve USP, Hyundai e Toyota, será capaz de produzir 5 quilos de hidrogênio por hora, a partir de 30 litros de etanol. Este volume, segundo Cousseau, garante 600 quilômetros de autonomia no Nexo, o modelo a hidrogênio da Hyundai.
“Mas o desenvolvimento já caminha para ampliar a produção para 50 quilos de hidrogênio por hora. A tecnologia está aí, a solução está próxima de tornar-se realidade e é uma grande oportunidade para o Brasil.”
Oportunidade que a Hyundai já identificou: destinará parte relevante do seu investimento de R$ 5,5 bilhões, anunciado em março, para seu desenvolvimento. Equipes do Brasil e da Coreia do Sul já trabalham no tema.
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