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Demanda por elétricos precisa vir antes dos investimentos, avalia a cadeia


Dentre os principais desafios para o avanço da eletrificação da base de fornecedores automotivos no Brasil destaca-se a demanda por veículos híbridos e pelos movidos 100% a bateria, vista como principal condição de desenvolvimento, assim como a competitividade com relação a itens importados. Foi o que apontaram mais de 60% dos entrevistados em pesquisa online conduzida pelo BCG, Boston Consulting Group, pelo Sindipeças e pela Anfavea para identificar a percepção da cadeia de suprimentos frente ao processo de transição para a eletrificação.


A capacidade de investimento também apareceu como problema para 51%, a necessidade de políticas públicas para 45%, de regulações para 42%, e as incertezas tecnológicas para 35%.

Os fornecedores alegaram que a maioria das companhias está aguardando demanda dos clientes para começar a investir na produção de componentes e peças de veículos eletrificados. Foi o que disseram 47% dos entrevistados.


Outros 20% afirmaram que já estão investindo, para 14% há planos para aportar recursos daqui a um ou dois anos, após iniciar tratativas com montadoras e, para 8%, a empresa está em discussão com a matriz ou com acionistas, mas ainda sem definição.


Com base nas respostas da cadeia de suprimentos existe uma disposição em se adequar à transição de tecnologia. Dadas as condições do País, porém, que possui alternativas com baixa emissão de carbono, ao menos no intervalo de cinco a dez anos haverá o convívio de diferentes formas de propulsão.


A aposta na hibridização é, inclusive, forte candidata como ponte para o processo de eletrificação. Há similaridades de componentes, como motores elétricos e inversores, utilizados tanto por híbridos como por elétricos.


Desta forma os fornecedores terão mais tempo para se adaptar com relação a regiões em que isto está mais avançado, como Estados Unidos, China e Europa. Só que, como o período de uma década é considerado horizonte curto para o setor automotivo, é preciso haver a tomada de decisões estratégicas. O que deverá ser alinhado com as montadoras a fim de facilitar a transição e mitigar riscos


Fornecedores afirmam que eletrificação de pesados está mais avançada que de leves

Para cadeia de suprimentos pesados deverão sair na frente


O estudo conduzido por BCG Group, Sindipeças e Anfavea destacou que o tempo será diferente para cada segmento. Pesados, por exemplo, terão trajetória pautada por decisões de regulação e sustentabilidade, tanto do setor público como do privado. Tanto que fornecedores já começaram a produzir alguns componentes, localmente, para ônibus e caminhões.


Apesar de no Brasil o caminho da eletrificação ser mais gradual o levantamento concluiu que momento já é oportuno para que a cadeia se prepare para fazer parte desse movimento.


Na avaliação de 41% dos entrevistados a evolução da infraestrutura de carregamento no processo de eletrificação do Brasil ocorrerá a partir da combinação de investimentos públicos e privados. Outros 31% acreditam que novas empresas entrarão no segmento automotivo e participarão mais ativamente do processo de recarga. E, para 12%, as montadoras deverão liderar esse movimento.


Quanto à receita gerada a partir de componentes relacionados a veículos eletrificados 35% dos participantes esperam que ela deverá iniciar incremento gradual, enquanto que para 23% o faturamento ainda não deve demonstrar aumento relevante.

montadora
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