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México passa Argentina em relação as exportações de veículos do Brasil



Vendas para o país latino crescerem 89%, minimizam perdas nos embarques e Anfavea sobe o tom contra imposto argentino


A Argentina deixou de ser o principal parceiro comercial no setor automotivo. O principal destino das exportações de veículos produzidos no Brasil agora é o México. As vendas para o país latino cresceram 89%. Os números foram apresentados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) nesta segunda, 7. De acordo com a entidade, o México salvou as exportações brasileiras de um número pior que a queda de 10% no acumulado do ano.

“O mercado do México acabou sendo o mercado alvo para as montadoras, que conseguiram aumentar seus envios para o país. Não fosse o México, nossas exportações cairiam consideravelmente mais”, reconhece Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

México também puxa valores das exportações de veículos

Em julho, as montadoras brasileiras somaram pouco mais de 30 mil unidades, queda de 17% em relação a junho e de 27% na comparação com o mesmo mês de 2022. No acumulado de 2023, foram mais de 257 mil exportações de veículos, retração de 10,6% na comparação com janeiro-julho do ano passado.

O crescimento do mercado do México foi a grande alavanca das exportações brasileiras de veículos no ano. As vendas internas locais cresceram 24% em 2023, e somam 743 mil unidades. Já os envios do Brasil para o país chegaram a 82 mil unidades, aumento de 89% ante os sete meses de 2022.

As exportações de veículos pesados para o México ainda impactaram positivamente as receitas das vendas internacionais, graças ao maior valor agregado de caminhões e ônibus. De janeiro a julho, as fabricantes brasileiras somaram US$ 6,7 bilhões em exportações totais de veículos, contra US$ 5,7 bilhões do mesmo recorte do ano passado – aumento de 16%.

Imposto argentino atrapalha exportações

A Argentina, historicamente o principal parceiro comercial do Brasil (na economia e no setor automotivo), foi alvo de críticas por parte do presidente da Anfavea. Márcio de Lima Leite questionou o imposto de 7,5% criado pelo governo do país vizinho sobre veículos importados.

O executivo chamou a atenção para o fato de que a Argentina teve aumento do mercado interno de 12%, enquanto os embarques daqui para lá tiveram queda de 2,6% no acumulado do ano. Para ele, o novo tributo impacta o fluxo das exportações de veículos e a competitividade das montadoras instaladas no Brasil. “Esse imposto de importação travestido de outra denominação é um flagrante contra o acordo bilateral”, disse o presidente da Anfavea.

Márcio de Lima Leite disse que a entidade está em conversas com o vice-presidente Geraldo Alckmin e com a sua pasta, o Ministério da Indústria e Comércio (MdIC), para tratar do tema. E que também tem agendadas novas reuniões, inclusive com a embaixada argentina.

“Temos de garantir que o acordo seja cumprido e sirva de estímulo para os dois países. Isso é um problema de competitividade, de segurança jurídica e de previsibilidade”, explicou o executivo.

Chile e Colômbia: queda sem fim

Outros mercados vizinhos importantes, Colômbia e Chile, continuam a puxar para baixo as exportações de veículos do Brasil. Especialmente pela queda dos respectivos mercados internos.

Para a Colômbia, a retração nas exportações foi até mais branda diante das vendas locais. Os embarques para o país somaram 27 mil unidades no ano e queda de 42%, enquanto os licenciamentos internos por lá anotaram recuo de 60% no mesmo período.

No Chile, a queda do mercado interno foi de 30% nos sete meses de 2023. As exportações para o país andino foram de 16 mil unidades, o que configura retração de 61%. Para a Anfavea, a entrada de marcas asiáticas no mercado chileno afeta diretamente a competitividade dos veículos brasileiros.

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