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Transformação digital é a nova revolução da qualidade automotiva

A transformação digital é a nova revolução da qualidade automotiva. Foi a partir desta premissa que o IQA debateu os principais impactos dessa evolução em toda a cadeia industrial dentro da programação do quarto dia do #ABX20 - Automotive Business Experience , evento on-line que acontece até sexta-feira, 13. O Instituto da Qualidade Automotiva reuniu na quinta-feira, 12, diversos nomes do ecossistema para refletir sobre os vários aspectos que permeiam o tema central, como o futuro da qualidade na indústria 4.0, os próximos passos para a inovação e disrupção tecnológica, entre outros.


Ao abrir os trabalhos, o superintendente do IQA, Alexandre Xavier, destacou que neste cenário a entidade tem como principal papel o de se ajustar na mesma velocidade para apoiar a indústria automotiva e toda a sua cadeia. Por sua vez, Débora Bueno, especialista em inovação do IQA, apresentou parte dos resultados de uma pesquisa realizada pelo instituto com empresas da indústria sobre transformação digital e seus impactos na gestão da qualidade no setor automotivo. O levantamento contou com o apoio da Anfavea e do Sindipeças, bem como do CQual e de Automotive Business

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Professor de pós-graduação em indústria digital do Instituto Mauá de Tecnologia, Evandro Gama lembrou que o setor automotivo caminha com a digitalização há anos, mas em diferentes níveis. Para ele, existem dois mundos, o das OEM (montadoras) e tier 1, bem equipadas e adiantadas na transformação digital, enquanto tiers 2 e 3 seguem com dificuldades, ainda atuando com raízes dentro da indústria 3.0.


"Quando se fala em inovação, devemos ter em mente sempre três pilares: pessoas, processos e tecnologia, e nem sempre todas as organizações estão preparadas para investir em tecnologia ou em treinamento. Precisa ter o conhecimento e isso se constrói com referências, além de mudança de mindset para atualização de toda a equipe", disse Gama.


É fato que a evolução da indústria a partir da transformação digital traz inúmeros benefícios, mas sua adoção implica em diversas mudanças internas, inclusive do status quo em termos de processos.


"A transformação e todas as suas ferramentas servem de apoio e base de informações para contribuir de forma positiva e agilizar todos os processos e até mesmo antecipar projetos industriais", comenta.


O gerente de engenharia de protótipos da Volkswagen, Francis Aires, vai na mesma linha. "Temos uma redução significativa de tempo e investimento no desenvolvimento, principalmente na fase de protótipos, incluindo os testes virtuais, acelerando o início da produção do veículo", indica.


O plant general manager da Schaeffler, Flávio Mateus, que participou do evento diretamente dos Estados Unidos, elencou que o papel da qualidade na era digital vai muito além de seu próprio departamento.


Sobre cibersegurança, tanto o executivo da Schaeffler quanto da PSA concordam que as tecnologias que garantem a proteção do projeto em todos os seus aspectos, seja fabril, seja no acesso às informações, geraram a necessidade de firmar novas parcerias, incluindo startups: são elas que têm know how para resolver com velocidade os problemas que antes não eram da indústria automotiva, o que também requer altos investimentos.


Para o gerente senior da linha Automotive & Mobility Development da Ipsos, Paulo Rogério Gabriel, a quebra de muitos paradigmas que vêm com a disrupção causada pela evolução do meio digital é o ponto de partida para a reinvenção da qualidade em todo o processo. Colocar o cliente final no centro das discussões, assim como já acontece com outros departamentos, como projetos e atendimento, é crucial para endereçar os novos rumos da qualidade.


"A gente vinha nessa disrupção de se desprender da posse do carro, mas a pandemia trouxe de volta o porto seguro do veículo particular em termos sanitários, então é preciso partir da nova percepção do cliente", pondera.


Os participantes do painel reconhecem que o Brasil evoluiu - e muito - em termos de qualidade não só de produto, mas de processos de ponta a ponta da cadeia. Basta lembrar de como eram os produtos oferecidos pela indústria há 30 anos, antes do País abrir a fronteira para importações de veículos e quando os carros nacionais foram comparados a carroças.


Já o diretor global de qualidade da FCA, Richard Schwarzwald, reforça que a disrupção traz grandes oportunidades de conhecimento e novas maneiras de atuar, o que consequentemente tem a ver com a integração entre pessoas: "A aproximação com o cliente vem permeando todas as organizações como um todo no setor automotivo; vejo que a qualidade se tornou um estado em todos os departamentos e isso fez com que todos os profissionais evoluíssem muito em conhecimento de processos internos."

Veículo: AUTOMOTIVE BUSINESS Editoria: NOTÍCIAS Tipo notícia: Matéria Data: 12/11/2020

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