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Ipea reduz projeção para crescimento da economia brasileira em 2019

O Grupo de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta quinta-feira (28) que cortou sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país para 2%, de 2,7% divulgado anteriormente no fim de dezembro. Para2020, aprojeção é de crescimento de 3%.

A revisão coloca as projeções do Ipea mais alinhadas com o cenário do restante do mercado. Analistas acompanhados pelo Boletim Focus, do Banco Central (BC), estimam crescimento de 2% do PIB neste ano, frente ao ano passado. Um mês atrás, a mediana das projeções dos analistas estava na faixa de 2,5%.

A revisão do Ipea reflete, em parte, o menor efeito de carregamento estatístico, provocado pela desaceleração da atividade no quarto trimestre do ano passado. "Os aspectos econômicos da redução, por sua vez, estão mais relacionados à velocidade com que a economia converge para o produto potencial, mais lenta do que o esperado".

Uma abertura da projeção mostra que as revisões foram especialmente intensas para a indústria. O cenário de crescimento do PIB industrial do próximo ano passou de 2,8% para 1,8%, diferença de um ponto percentual. Também ficaram menores as expectativas para o PIB de serviços (2,9% para 2,2%) e para o PIB da agropecuária (0,9% para 0,7%).

Pelo ótica da demanda, o consumo das famílias segue o principal motor da economia no cenário do Ipea. A expectativa é de um crescimento de 2,6% em 2019, ligeiramente menor do que o divulgado anteriormente (2,7%). A projeção para o investimento foi reduzido de 4,8% para 4,6%. O comércio exterior deve contribuir negativamente.

Em relação à expectativa de crescimento da economia em 2020, de 3%, o Ipea comentou que o cenário é condicionado à aprovação da reforma da Previdência. Diferentemente de 2019, o carregamento estatístico deve ajudar o resultado do ano que vem, “reduzindo o esforço necessário para acelerar o crescimento em2020’.

Recuperação no 1º trimestre de 2019

Para o Ipea, o PIB deverá acelerar sua trajetória de recuperação no primeiro trimestre deste ano, com crescimento de 0,5% na comparação aos três últimos meses do ano passado, pela série dessazonalizada.

Se confirmada a projeção, o PIB terá sua terceira leitura consecutiva de crescimento, após avançar 0,5% no terceiro trimestre e mais 0,1% no quatro trimestre do ano passado. No segundo trimestre, período que inclui a greve dos caminhoneiros, o PIB ficará estável. O PIB trimestral não fica no vermelho desde o quatro trimestre de 2016 (queda de 0,6%).

Segundo as projeções do Ipea, a indústria deverá crescer 1,2% no primeiro trimestre deste ano, frente ao quarto trimestre do ano passado. Também ficam no campo positivo, por essa base de comparação, o PIB de serviços (0,6%) e da agropecuária (0,3%), conforme as projeções do Ipea. Todos os componentes mostram aceleração das taxas frente ao quatro trimestre de 2018.

Quando comparado ao mesmo período do ano passado, o PIB brasileiro deverá crescer 1,2% pela projeção do instituto. Também por essa base de comparação, o consumo das famílias deverá ser o dia pela ótica da demanda, com avanço de 1,7% Já os investimentos no PIB tendem a ficar 3,3% maiores por essa base de comparação.

Inflação

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar este ano em 3,85%, abaixo do centro da meta de inflação perseguida pelo Banco Central, de 4,25%. Em dezembro do ano passado, o Ipea previa a inflação em 4,10% este ano.

Com a atualização, a projeção do Ipea também converge para o cenário do mercado, que prevê alta de 3,89% da inflação oficial do país neste ano pela mediana do Focus, do BC. Apesar de a inflação ter sido pressionada neste início do ano pelos preços dos alimentos in natura, economistas têm apontado para a tendência de desaceleração do índice a partir de meados do ano, com o fim de efeitos sazonais nos preços.

“As expectativas de todos os subgrupos, exceto monitorados, foram revisadas para baixo, em linha com a nova previsão da taxa de crescimento da atividade econômica”, avaliou o Ipea no documento, que elevou expectativas para preços livres, por conta dos alimentos, mas cortou de subgrupos ligados a serviços, como educação, por conta da “dinâmica de recuperação da economia, mais lenta do que o esperado”

O Ipea prevê ainda manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 6,50% ao ano em 2019. Na divulgação anterior, o Ipea previa a elevação da taxa para 7% até o fim deste ano. “Há pouco espaço para que o Banco Central possa implementar política expansionista por meio da taxa de juros”, avaliou o instituto, considerando que as taxas de juros se encontram próximas de suas mínimas históricas.

https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/03/28/ipea-reduz-projecao-para-crescimento-da-economia-brasileira-em-2019.ghtml

G1 – SP – ECONOMIA – 28/03/2019

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